Lobato e o politicamente correto
A onda do politicamente correto , por vezes, dá nos nervos. O ataque orquestrado contra a obra de Monteiro Lobato é um bom exemplo. De repente, o consagrado escritor recebe a pecha de racista, mediante alegação da subordinação de seus personagens negros aos brancos de então. Tia Nastácia e Tio Barnabé são apontados como exemplo de negros subservientes, e algumas frases do livro “Caçadas de Pedrinho” são caracterizadas como racistas.
Não que seja novidade para Lobato receber restrições, o personagem Jeca Tatu , caipira , doente, infestado de vermes, pés descalços e analfabeto – apontado pelo autor como o protótipo do homem do campo brasileiro – foi alvo de severas críticas, considerado ofensivo ao nosso povo.
Vale relembrar que a obra infantil de Lobato é amada por milhões de brasileiros, quer sob a forma original em livros, quer pela televisão. Ainda , que a liberdade de expressão, conquistada à duras penas, não pode ser vilipendiada. Quem não gostar , sempre tem a opção de não comprar o livro. Mas, proibir, censurar, JAMAIS. Já tivemos nossa cota de censura por essas bandas.
Se é verdade que existe a lei do retorno ela certamente funcionou,ainda que tardiamente, com M. Lobato. Ele, no auge de sua carreira de escritor e crítico de artes plásticas publicou uma matéria tão virulenta contra a obra de Anita Malfatti que ela quase sucumbiu, ficou abalada por mais de dois anos sem conseguir pintar, tudo isso por conta do seu conservadorismo e sua aversão à então ascendente arte moderna...!!!
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